the life is too short, so take the time and appreciate

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Seeing him go

Nunca imaginei que fosse algo tão... Difícil. A cada passo que eu dava para me encontrar com ele, eu me sentia mais leve. Não entenda leve como algo bom. Leve por estar vazia interiormente. Meus olhos já ardiam antes mesmo que eu chegasse ao meu destino. Meus pulmões estavam secos de tão rápido que eu andava.

E ele ainda não estava lá quando cheguei.
Pouco tempo depois, ele apareceu. Eu comecei a tremer, meus olhos doeram mais. Eu queria falar tanta coisa, implorar tanta coisa, mas nada consegui dizer. Minha voz simplesmente não saía, o máximo que eu conseguia era um desanimado "Oi".
Eu ainda tinha quinze minutos.
O que acontecia? Não sei dizer, eu simplesmente não estava em mim naquele momento. Assim fiquei por tanto tempo, era até engraçado de se ver. Coloquei um sorriso idiota no rosto, e voltei para o lugar onde eu estava, muito longe da realidade. Eu ainda tremia, e tentava não deixar isso transparecer. Se obtive sucesso? Não sei.
Dez minutos.
E eu vi aquele ônibus chegar. Meus olhos lacrimejaram, mas eu ainda conseguia segurar. Aquele ônibus o levaria embora, talvez para não mais... Não quero pensar nisso. Quanto tempo ele ficaria viajando, a cada hora para mais e mais longe? Quanto tempo ele levaria para voltar?
Mas ele não entrou no ônibus tão rapidamente. Ele continuou ali conosco. Mas já era a hora da despedida. Quem tem a grande sorte de ser o primeiro? Eu.
Ele me abraçou e então, não consegui mais suportar. Eu só conseguia segurar os soluços. Nada mais. As lágrimas rolaram, mesmo que eu não quisesse, eu parecia uma grande idiota e egoísta chorando daquela forma. Desesperada. Era assim que poderiam me definir.
Ele pegou sua mala e entrou no ônibus. Eu sentia que naquela mala não estavam apenas seus pertences. Metade do que eu era estava naquela mala, meus sonhos, a base de todo o meu futuro, nosso futuro que planejamos juntos, milhares de promessas, de lembranças. Tudo, tudo de mim.
Como eu disse no começo, eu estava vazia quando cheguei lá, agora eu sabia para onde tinha ido o que me esvaziou.
A porta fechou-se, o ônibus deu a ré, e ele partiu. Eu fiquei ali, com um amigo tentando me aconselhar.
Eu recebi outro abraço, novas palavras de consolo e animação, novas promessas de que tudo ficaria bem.  Eu as aceitei, mas apenas emocionalmente, minha parte de razão não acreditava em mais nada. Era completamente neutra, não se surpreenderia com mais nada.
Diferentemente de minha emoção, que hora se despedaçava, hora estava reconstruída.

Agora, eu estava sozinha. Ia voltar para minha casa, trancar-me em meu quarto e chorar até a hora em que fosse dormir. Eu podia sentir isso claramente. E quem eu menos queria ver naquela hora, me apareceu. Sr. Cansaço novamente me encontrou.
- Eu lhe disse, minha pequena... Você ainda pode desistir.
Eu olhei em seus olhos, os meus olhos. Eu estava prestes a me jogar nos braços dele e deixar que ele me levasse. No último minuto, ouvi uma voz em minha cabeça me dizer palavras que eu havia acabado de escutar.
"Eu te fiz uma promessa, Pequena Gafanhota, e não vou quebrá-la."
- E então, garota? Vamos? - me convidou novamente Sr. Cansaço.
Novas lágrimas surgiram. Minha parte razão se confrontava com minha emoção. Eu estava em guerra por dentro. Meu refúgio mais forte havia acabado de partir.
Então corri. Feito uma pequena retardada no centro da cidade, correndo e chorando. As pessoas me olhavam e eu não gostaria de imaginar o que estavam pensando. Não me importava. Para onde eu estava indo? Para onde meus pés quisessem me levar. Eu quase não enxergava, apenas ouvia as buzinas nervosas e os palavrões quando eu atravessava uma rua.
Eu parei de correr. Meus olhos ardentes quase não me deixaram enxergar onde eu estava. Mas eu sabia onde era. Um ombro amigo, sempre disposto. Uma garota que poderia sentir as mesmas coisas que eu quase na mesma proporção, se não fosse por alguns fatores diferentes.
Meus dedos tocaram a campaínha com força. Eu sabia onde estava, sabia que estava segura, meu refúgio feminino, minha mãe, minha Sweet L.


câmbio&desligo ;*

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